
Por Edgar Shinagawa
E aí, pessoal! Sabe quando você vê alguém tendo alguma ideia simples, mas genial, e se pergunta como foi que não pensou naquilo antes? Pois é, no Pokémon TCG também temos situações assim. Enquanto a vasta maioria dos jogadores usa apenas as cartas naturalmente mais poderosas, um pequeno grupo de jogadores resolve se aproveitar da popularidade destas cartas para tentar obter vantagem sobre elas. São os usuários de decks Rogues.
O que são decks Rogues?
A tradução da palavra “rogue” para o português tem o sentido de “trapaceiro” ou “desordeiro”. Mas, no universo do Pokémon TCG, esta palavra define o tipo de deck inusitado! São decks pouco ou nada conhecidos, com uma estratégia diferenciada, pegando a adversário sem preparo – o que geralmente leva o oponente a tomar decisões erradas.
Quando uma coleção é lançada, apenas uma pequena parcela das cartas é usada com frequência, por serem “boas demais”. A grande maioria sequer vê o cenário competitivo. Porém, algumas cartas podem não ser tão boas assim, mas têm grande utilidade em situações bastante específicas. São estas cartas que, normalmente, compõem os decks Rogues.
O exemplo mais famoso deste tipo de deck foi o The Truth, usado por Ross Cawthon para chegar à final do Mundial de 2011. O deck utilizava uma estratégia completamente diferente, pegando todos os jogadores de surpresa. O deck Italiano, como ficou conhecido aqui no Brasil, derrubou diversos jogadores do Nacional de 2013 que não estavam preparados (inclusive eu, que fui eliminado por este deck no TOP16), chegando à final. No ano passado, Alex Silva usou o deck de Pau Brasil e quase levou o caneco do Nacional.
Todos estes decks visaram a utilização de cartas/estratégias incomuns, que tinham vantagem sobre cartas populares do metagame. Além disso, existe o fator surpresa e o despreparo do oponente.
Decks Rogues para o Nacional
Infelizmente não irei passar uma decklist rogue aqui por dois motivos:
1) É bastante difícil fazer uma lista assim, já que é necessário acertar o metagame para obter as vantagens necessárias.
2) Se a lista for divulgada, ela passa a ser de conhecimento de várias pessoas, então deixa de ser rogue… ?
Portanto, ao invés de dar uma lista, vou listar algumas cartas que têm potencial para fazer um bom deck rogue para este ano, visando a provável popularidade de alguns decks (como mencionamos na semana passada). Além disso, também aproveito para listar cartas tech, que podem ser adicionadas aos decks conhecidos para dar alguma vantagem.
Com praticamente todos os decks utilizando pelo menos 4 energias especiais, Drifblim combinado a remoções de energia pode causar bastante estrago.
Certamente uma boa adição ao deck de fada, especialmente na partida contra Rayquaza. Seu único contra é a ausência de Spirit Link.
Falei dele semana passada. Esquecido desde o Nacional de 2013, pode ser uma boa parceria com Aegislash, que fica imune a muitas ameaças do formato.
Também se encontra nas pastas dos jogadores, subutilizado desde o lançamento de Mega evoluções e Manectric-EX. Ainda assim, o fato de poder comprar um prêmio a mais é extremamente forte. Vi variações de Seismitoad e Lugia que fizeram um certo sucesso no exterior. É uma ideia que vale a pena testar. Apenas lembre-se que Silent Lab neutraliza a habilidade da Lugia.
Com a quase certa popularidade de Rayquaza Incolor, Jolteon pode ser uma opção no deck de Flareon. Com uma Silver Bangle e um pouco de sorte na moeda, é possível nocautear Rayquaza em um ataque.
O deck de Plasma, de uma forma geral, sumiu do metagame. Mas Thundurus-EX, assim como qualquer Pokémon elétrico, causa um bom dano em Rayquaza, principalmente por contar com Deoxys-EX para aumentar o dano. Uma ideia é usar Thundurus com Absol, visto que muitos decks estão enchendo o banco, fazendo deste um bom atacante não-EX.
Como mencionado acima, muitos decks usam o banco cheio. Porém, o grande atrativo é a aceleração com Colress Machine e o alto dano que Absol causa em Rayquaza com Sky Field em campo, com potencial de nocautear até mesmo o Mega em um golpe, se combinado às cartas certas.
Suicune/Sigilyph
Safeguards sempre foram e sempre serão opções para decks rogues. O principal atrativo para usá-los é a grande dificuldade que o deck de Rayquaza tem para lidar com estas ameaças.
O grande empecilho de se usar M Venusaur-EX era o custo de ataque. Com Mega Turbo, a energização ficou muito mais fácil. Apesar de não ter um Spirit Link e te obrigar a perder o turno quando evoluir, o ataque é bastante interessante. Alguns podem questionar que Primal Groudon é melhor, mas estamos falando de pensar “fora da caixa”, não? Uma boa ideia poderia ser usar este Venusaur com Dusknoir, “prendendo” o EX na posição ativa e reposicionando os marcadores de dano.
Com Sky Field no formato, Raichu consegue bater 160 de dano. Aliado à Muscle Band, é o suficiente para nocautear boa parte dos EX do formato (exceto Megas e Wailord). O tipo elétrico é quase que um brinde!
Com o lançamento de Seismitoad, Trevenant ficou esquecido. Mas não deixe de olhar com carinho para esta carta. Combinado com Wally, tem potencial para travar o oponente tão logo o jogo comece.
Assim como todos os Megas anteriores à XY – Força Fantasma, M-Lucario não possui o Spirit Link, o que o deixa em desvantagem. Seu ataque é muito bom e com Mega Turbo tudo fica mais fácil.
Se você for usar Blacksmith no seu deck, uma linha 1-1 deste Pokémon pode vir a ser bastante útil. É como se um Blacksmith virasse 2 Lysandre. Fora a possibilidade de se usar energias ligadas da mão.
Gengar-EX e M Gengar-EX
Combinado com Sigilyph, Trevenant e Wobbuffet, pode dar uma dor de cabeça enorme para seus oponentes, como mencionado no deck de Gengar.
Muitos já usaram essa tech em decks de fada para deixar o oponente adormecido. Faz tempo que não vejo esta estratégia, mas é algo que ainda pode valer o espaço no deck.
Outro atacante alternativo para o deck de fada. Com o uso de Sky Field, o dano pode chegar a 180 por apenas duas energias.
Esta carta é uma ótima alternativa contra Seismitoad-EX. Deixar o adversário confuso te dá uma grande chance de ele não conseguir atacar no próximo turno, quebrando o lock.
Em um formato onde ganhar a guerra de Estádios é importante, Ninetales faz toda a diferença. Decks de Rayquaza podem usar uma pequena linha deste Pokémon para garantir que Sky Field não saia de jogo.
Camerupt-EX e Team Magma Camerupt
Esta é uma ideia que me falaram e eu nunca parei para pensar nela direito. As cartas possuem sinergia, embora eu acredite que o custo de energia torna as coisas um pouco difíceis. Vale a pena o teste.
Algumas pessoas utilizaram Wailord-EX como um tank, para segurar os ataques e ganhar tempo. Nem mesmo o deck de Rayquaza consegue um nocaute em apenas um ataque.
Esta dica é da Yasmin Cipelli. Ela usou uma linha 1-1 em um deck de fada para acelerar o jogo. Ideia bastante interessante e uma tech que vale a pena ser testada.
Um ótimo counter para Mew-EX, especialmente em Night March, onde Dimension Valley provavelmente estará em campo.
Megaphone caiu em desuso, muito em parte devido a Seismitoad e a popularidade de Megas, já que é melhor deixar o Mega do oponente com Spirit Link. Banette é bastante interessante, pois ele mantém as tools, deixando-as inúteis.
Conclusão
Todas as cartas listadas acima têm algum potencial. Cabe a você pensar além do óbvio e ter ideias diferentes e surpreendentes para se dar bem no Nacional.
Vale lembrar que a utilização de cartas não comuns sempre é uma aposta, já que você depende de sorte no emparceiramento. É oito ou oitenta! ?
É isso por hoje, pessoal! Se você gostou, deixe uma mensagem aqui nos comentários. Dúvidas, sugestões e críticas também são bem-vindas.
Até a semana que vem, com a última parte desse especial para o Nacional! ?