
Salve, galera! Como prometido no meu último artigo de recap do LAIC, hoje trago para você um pouco da minha experiência no maior torneio de Pokémon da América Latina. Vamos nessa?
Preparação
Minha preparação para o LAIC foi extremamente corrida e curta, mas por quê? Simplesmente porque a coleção Eclipse Cósmico havia sido lançada dia 1 de novembro, deixando no máximo 14 dias para testarmos. É claro que antes eu já vinha estudando a coleção previamente, tentando desenhar o metagame do LAIC e quais eram as cartas mais fortes a chegar com a nova expansão. A grande maioria dos pro players já começa seus testes com proxies (impressões de cartas) para aproveitar ao máximo o tempo de preparação para o LAIC, porém, infelizmente eu não disponho de tanto tempo para treinar fisicamente por questões de trabalho, o que acaba me deixando refém do Pokémon TCG Online, streams e vídeos que consigo assistir sempre que tenho um intervalo ou outro. Dessa forma minha preparação começou mesmo apenas dia 2 ou 3 de novembro, com a coleção já lançada e disponível online para testes.
Tentei aproveitar ao máximo esse curto espaço de tempo que eu tive para testar os decks. Discuti bastante o metagame com minha equipe, os Krakens, até chegarmos a algumas ideias que consideramos as melhores e começamos a trabalhar a partir daí. Não vou descrever todo o processo, então vou direto ao ponto em que eu me encontrava às vésperas do LAIC. Eu estava basicamente entre dois decks: ADP e GardeOn. ADP foi o deck que mais testei e me parecia muito promissor, porém, como eu teria que criar a engine dele do 0, isso me dava muito receio de acabar fracassando com uma lista não otimizada. Na outra ponta eu tinha GardeOn, um deck extremamente consistente, com uma engine familiar e que ganhou muito com as novas adições de Eclipse Cósmico. Apesar de GardeOn parecer a opção mais correta até aqui, tive uma ideia na semana do LAIC: e se eu usasse a engine da GardeOn no ADP? Foi então que surgiu a ideia de abandonar a lista mais padrão de ADP, Jirachi, Keldeo, etc, e partir para uma abordagem mais contida, porém que acumulava vantagens conforme o jogo se desenvolvia.
Um dos meus amigos e companheiro de time, Kaue, resolveu embarcar comigo na montagem da lista e jogarmos os dois com as mesmas 60 cartas. No meio do caminho surgiu a possibilidade de jogar com Blastoise e Piplup-GX. As razões? Decks de fogo e a capacidade de cura do ataque do Blastoise e Piplup-GX. Isso em teoria nos daria uma vantagem grande no mid/late game, compensando a nossa “lentidão” característica da engine com Green. Debatemos muito e eu defendi o uso do Cryogonal contra controle, mas o Kaue me convenceu de que a Mismagius poderia ser mais poderosa, além de ajudar contra Carimbos de Recomposição no fim do jogo. Foi então que depois de muita conversa, ajustes e cerca de 2 dias de jogos físicos dele e online meus com ótimo desempenho que resolvemos fechar o deck e a lista ficou assim:
Pokémon – 11
* 3 Arceus, Dialga e Palkia-GX CEC 156
* 1 Drampa CEC 159
* 1 Lucario e Melmetal-GX UNB 120
* 2 Misdreavus UNB 77
* 2 Mismagius UNB 78
* 2 Blastoise e Piplup-GX CEC 38
Cartas de Treinador – 34
* 2 Grande Poção
* 1 Pegador Gigante
* 2 Tesouro Misterioso
* 1 Inquieteco de Energias
* 2 Pedra do Crepúsculo
* 2 Carimbo de Recomposição
* 2 Substituição
* 1 Estratégia do Ten. Surge
* 1 Fábio
* 2 Cíntia e Caitlin
* 1 Contra-ataque de Alcance
* 3 Usina Elétrica
* 2 Lulú e Vitória
* 4 Desbravamento da Green
* 4 Pegador Personalizado
* 4 Apito de Aliados
Energia – 15
* 10 Energia de Água
* 5 Energia de Metal
Detalhes do deck:
Mismagius: A função, como explicado acima, é a compra de cartas contra controle após o handlock. Porém, Mismagius também era muito útil para ativar o Contra-ataque de Alcance no primeiro ou segundo turno de ataque, para que eu pudesse desferir o primeiro dano do jogo e montar outro Pokémon no banco com ADP ou Blastoise. Além disso, também era uma excelente saída para Carimbos ao fim do jogo.
Drampa: Sua função era ser o matador de Keldeo, ou de outro Pokémon que estivesse imune a GXs. Com o buff do ADP ele consegue bater 170, o dano mágico para nocautear Keldeo-GX em 1 hit.
4 Pegador Personalizado: Minha arma contra Pokéboneco. O roteiro era: GX, nocaute, catcher nocaute, catcher nocaute. Além disso, também ajudava a nocautear Pokémon que o oponente julgava estar seguro no banco. Consegui usar em diversas partidas de forma a surpreender o oponente que não acreditava que havia 4 cópias no deck (muitas vezes utilizam-se 2 ou 3 cópias para economizar espaço, mas ainda assim ter a opção de puxar um Pokémon não GX)
Lucario e Melmetal-GX: Apenas uma tech contra GardeOn, uma match quase impossível se ele não estivesse no deck. É possível utilizar seu GX ou até começar atacando com ele e começar a se energizar nas partidas contra GardeOn. Na verdade o ideal é montá-lo o mais rápido possível, seja com o ADP ou com uma play solo dele mesmo, visto que depois de montado ele consegue OHKO na GardeON e sobrevive por alguns turnos devido ao alto poder de cura do deck.
Fábio: Colocamos uma cópia para lidar melhor com Maré Caótica, pois o combo de Carimbo + Usina Elétrica é fortíssimo. Além disso eventualmente também poderíamos remover uma Energia de Proteção de Fraqueza em alguma GardeON ou ChariXen.
Minha run no torneio
Partidas:
Round 1 No Show W
Round 2 Pidgeotto T
Round 3 Pidgeotto L
Round 4 Darkbox W
Round 5 Firebox L
Round 6 Greenzard W
Round 7 ADP QuagNag W
Round 8 Greenzard W
Round 9 Sawsbuck Doll T
Comecei o torneio com sorte já que meu oponente nem apareceu, rs. Mas logo enfrentaria dois Pidgeotto que me deram bastante dor de cabeça. No Round 2 tive um péssimo start, mas consegui recuperar no segundo jogo, empatando. No Round 3 tive péssimos starts em dois games. Meus oponentes também estavam abençoados e a quantidade de caras nos Martelos Esmagadores foi impressionante, além de jogarem muito bem.
Contra FireBox não tive muito o que fazer. Poderia ter vencido o game 1, mas não acreditei que meu oponente conseguisse vencer o jogo no final e acabei expondo demais meus Pokémon. No segundo jogo falhei muitos recursos e acabei perdendo.
Contra os dois GreenZard simplesmente executei minha estratégia do Blastoise e ele levou o jogo sozinho. Estourei Mismagius no começo, liguei o Contra-ataque de alcance e pressionei. Cheguei a cometer um erro achando que o Capacete da Escolha impediria o nocaute nos Charizard, mas o dano só é reduzido após fraqueza. Isso fez com que eu adiasse a vitória atacando de ADP em um dos jogos. Um dos oponentes usava a energia que removia fraqueza, mas consegui contorná-la também.
Contra mirror com QuagNag o jogo foi pegado e vencido no detalhe. Comecei perdendo, mas tive bons começos e minha oponente travou por alguns turnos em dois jogos, o que me permitiu tomar a frente.
Por fim, meu último empate se deu pela infelicidade de um turno de falha de uma energia no game 1, além de 1 Pegador Personalizado ter caído no prêmio, o que me impossibilitaria de vencer a primeira partida. Na segunda executei minha estratégia e venci, exatamente como havia roteirizado.
Finalizei com o score de 5-2-2, faltando uma vitória para o Day 2, mas me deixando pertinho da vaga pro Worlds mais uma vez com a pontuação que conquistei. Infelizmente algumas coisas no jogo não podem ser controladas e acabei sofrendo um pouco com alguns infortúnios. No mais, acredito que a lista ainda pode melhorar, mas estou satisfeito com o desempenho que tive com uma lista original e fruto de um tempo relativamente restrito de testes. Com certeza com mais uma semana de treinos, um Day 2 seria uma realidade.
Sobre o evento
Como sempre o evento foi fantástico. O clima de IC é realmente diferente de qualquer outro, visto que jogadores do mundo inteiro comparecem. Além disso, como membro de um dos times de Pokémon, é muito divertido participar com os amigos e acompanhar o desempenho deles no torneio também.
Especialmente esse ano, o evento trouxe diversas atrações para aqueles que não estavam participando do torneio principal, e o número de lojas e produtos disponíveis no local também era bastante generoso.
De todos, destaco aqui a área de First Steps, onde as pessoas poderiam aprender a jogar, além da possibilidade de montarem um baralho no próprio evento. Com certeza uma iniciativa e tanto e que eu particularmente gostaria de ver em mais torneios.
Além dos eventos principais, nos dias 2 e 3 também rolaram os League Cups e a galera conseguiu já acumular mais alguns pontinhos para o Worlds de 2020!
Galerinha, por hoje é só. Tentei ser breve, mas ao mesmo tempo dar um bom número de detalhes sobre minha participação. Espero que vocês tenham curtido mais esse artigo.
Nos vemos pelas mesas por ai e até a próxima!